segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Vigésimo primeiro dia, o indesperado aconteceu

Saímos cedo de São Miguel das Missões com destino a São Paulo, como é sábado ainda há uma parada em algum lugar antes de seguimos para a nossa amada Capital. Para sair de São Miguel no sentido das BR´s temos que seguir pela BR 285 e a partir daí subir pela 116 ou seguir para o litoral pela 101, ambas no sentido norte em direção a Curitiba.
Seguimos pela 285 com muitos carros, a maioria de argentinos em direção ao nosso litoral, portanto cuidado redobrado. Optamos por seguir pela 285 até a 116 e depois em Lages pegar a 282 até Florianópolis, onde iríamos encontar o Edson, que estava também de moto em Cusco.
O GPS havia roteado um caminho diferente, mas nas paradas para abastecimento perguntávamos para os motoristas da região e todos indicavam que a nossa escolha era a melhor.
Seguimos pela 285 e entramos na 116 na região de Vacaria, seguimos pela 116 em direção a Lages.
Mas chegando em Lages, em um trecho onde havia uma sequência de carretas "bitrem" optamos por iniciar a ultrapassagem da primeira, o trecho bem reto, com um inclinação de subida. Abrimos e ultrapassamos todas as carrocerias, no entanto quando estávamos ao lado da cabine o motorista da carreta "resolveu" ultrapassar duas carretas iguais as dele e jogou a carreta contra a moto. Foi um instante onde foi possível jogar a moto para longe, cravar o dedo na buzina, diminuir um marcha e e acelerar com tudo para fugir daquela situação. Mas como se tivesse pedido o motorista jogou ainda mais a cabine, batendo o para-choque dianteiro contra o baú lateral da moto, tirando a mesma bruscamente da trajetória e nos derrubando.
No local não havia acostamento, mas apenas um declive bem íngreme de grama. A Carol caiu em uma parte alta próxima da pista e o Fernando juntamente com a Strom desceram a barranca por uns 15 metros abaixo.
A bota da Carol esgarçou e o pé dela sofreu uma lasceração bem profunda próximo ao dedão do pé esquerdo, vários ralados e dores em consequência do impacto, já o Fernando teve uma lasceração no joelho esquerdo, um ralado no ombro esquerdo e também várias dores pelo corpo todo.
A Polícia Rodoviária chegou ao local em poucos minutos e acionou o resgate que chegou depois de mais uns 25 minutos e começou a nossa remoção para o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres em Lages.
Chegando lá começaram os primeiros traramentos e exames antes de começar a retirar os equipamentos de imobilização, foram alguns raio-x e e tomografia além de exames feitos pelos próprios médicos. A Carol tirou os esquipamentos de imobilização e um médico começou a suturar o pé dela. O Fernando ficou em observação pois havia uma suspeita que mais tarde foi confirmada, uma hemorragia interna causada pela ruptura do baço, sendo necessária uma cirurgia imediata.
A Carol fez contato com os pais e avisou o ocorrido, claro que eles ficaram muito preocupados e assim que possível foram diretamente para Lages para nos encontrar, chagando em Lages já as 7:15 da manhã do dia seguinte, sendo que o Francisco, pai do Fernando cuidou da moto e dos documentos, a Wandi, mãe da Carol ficou ficou com ela e a Herminia, mãe do Fernando ficou com ele. O Manoel, pai da Carol ajudou de São Paulo com alguns contatos e com os documentos da liberação da moto.
Depois da sutura a Carol já teve alta, mas aguardou na enfermaria até o dia seguinte, o Fernando ficou em cirurgia no começo da madrugada e de manhã estava em um quarto para repouso.
Após a chegada dos pais de manhã a Carol junto com a mãe dela articularam um retorno mais do que rapidamente para São Paulo, pois era necessário um tratamento mais cuidadoso do pé que seria poderia ser feito com alguns médicos já conhecidos, infelizmente para o Fernando o retorno foi vetado e a recuperação deveria ser em Lages mesmo, inclusive viagens de avião foram vetadas.

Vigésimo dia, finalmente Brasil

Saímos mais bem mais tarde que o de costume, pois a quilometragem não era muito grande, uma vez que a idéia era seguir agora até São Miguel das Missões onde poderíamos assistir ao espetáculo de som e luz que conta um pouco sobre a história dos 7 povos das Missões.
Conhecemos um pouco de Corrientes e saímos quase na hora do almoço juntamente com o Sr. Clandio e o Juliano. Paramos em um último posto de gasolina fora do Brasil para fazer o nosso último abastecimento de gasolina pura e mais barata, aproveitamos para nos despedir, pois o Sr. Clandio e o Juliano iriam direto até a casa deles.
Seguimos bem e depois de algumas horas estávamos passando a fronteira e entrando no nosso amado Brasil, por mais que a viagem tenha sido maravilhosa e perfeita, estar de volta no Brasil é sempre algo emocionante.
Passada a fronteira, alguns quilômetros depois, alguns toques na buzina marcaram a despedida dos nosso novos amigos e seguimos até São Miguel das Missões. O tempo foi passando rápido e chegamos lá apenas as 9:00 da noite, em cima da hora de início do show, que é muito bonito e conta muito sobre a história dos 7 povos das Missões, certamente um passeio que vale a pena voltar depois e conhecer com mais calma.
Ficamos em um hotel que é um verdadeio oásis, enorme e muito bonito e moderno, certamente o Wilson Palace é um hotel que surpreende a todos os que conhecem.
Jantamos pelo hotel mesmo e fomos dormir, pois agora o nosso caminho estava um pouco maior que antes e portanto iria demandar um número maior de horas de pilotagem até o retorno a São Paulo.
Abraços a todos

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Décimo nono dia, mais calor que no deserto

Mesmo sabendo que seria um dia longo haviam pendências para resolver e o comércio só abriria as 9 da manha, portanto nao adiantava ter muita pressa. Resolvemos tudo, mas só conseguimos sair da cidade de Salta as 10:30, com destino a Corrientes ou pelo menos a Presidencia Saez Peña.
Depois de 180 Km paramos para abastecer e colocar um pouco mais de gasolina no "bidon" para seguir viagem mais tranquilos, uma vez que haviam relatos de falta de gasolina.
Seguimos direto para o segundo abastecimento, mas nao havia gasolina, no entanto a 300 metros havia outro posto, este sim com gasolina. Neste local conhecemos uma família que estava viajando de carro e havia tido problemas de pane seca, portanto redobramos a atençao e as paradas.
O calor é algo quase insuportável, parece mentira mas o Chaco é mais quente e abafado que o próprio deserto, nas primeiras horas da tarde dá vontade de parar e esperar o sol baixar, mas como a quilometragem é grande o negócio é seguir em frente e tomar muita água.
Depois de alguns quilômetros mais um posto e mais uma parada, onde haviam dois brasileiros seguindo de moto para Atacama e que nos informaram que havia um posto policial a frente pedindo uma propina.
Mais uma pernada. agora bem mais longa e paramos em outro posto com gasolina onde conhecemos o Sr. Clandio e o Juliano, pai e filho que voltam de moto do Atacama e sao de Sao Luiz Gonzaga, no Rio Grande do Sul.
Apesar de ser um pouco tarde, como eles estavam a caminho de Corrientes também optamos por seguir de Saenz Peña para dormir em Corrientes, agora um pouco mais perto do Brasil.
Vamos aproveitar para deixar um parabéns para o nossos primos Marcelo Bifano e Joao Wicky.
Abraços a todos

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Décimo oitavo dia, o começo do retorno

Logo cedo acoradamos e começamos a arrumar a bagem, até porque a aduana só abria as 8 da manha, essa foi a parte fácil, difícil foi achar o único posto de gasolina na cidade, que fica dentro da Losteria San Pedro.
A passagem foi relativamente rápida e seguimos para o Passo Jama, a fronteira asfaltada da regiao. O trajeto é muito bonito e passa próximo de vulcoes e paisagens muito bonitas.
Chegando na fronteira da Argentina começou a demora, chegamos junto com um ônibus do Peru e a fila era muito grande e ficamos aguardando bastante tempo para o atendimento e vistoria da moto, que foi bastante rápida.
Logo depois da passagem pela aduana jé paramos em um posto que fica quase na fronteira e pegamos informaçoes sobre a falta de combustível que atinge o norte da Argentina. Depois desse posto o próximo era só a mais de 300 km e no final só conseguimos gasolina em Jujuy, fechando o odômetro em 325 km, mas com a altitude do passo de 4170 metros e um longo trecho de descida a média ficou em mais de 16 km/l, sendo suficiente sem utilizar o "bidon" que continha mais de 5 litros.
Depois de Jujuy seguimos para Salta onde comçamos a procurar por uma concessionária para a troca de óleo do motor. Descobrimos que a Suzuki havia virado Yamaha e lá fomos muito bem antendidos, sendo feita a troca de óleo e também uma vistoria sobre o possível problema elétrico. Tal foi nosso susto quando vimos três mecânicos ao redor da moto fazendo uma avaliaçao.
Depois de muito investigar o veredito foi de que havia uma montnha de pó dentro do contato do botao de partida, o que estava dificultado a mesma. Um jato de ar e todo o problema que estava tirando o nosso sono estava resolvido, agora a Strom está de volta a 100%.
Moto pronta fomos a um hotel próximo e que tinha boa aparência, mas como as aparências enganam o quarto era muito ruim e nao havia água. Depois de reclamar fomos trocados de quarto e assim que entramos a cama estava descoberta e com uma barata sobre a mesma. Para nao dizer que somos frescos tentamos ficar lá, mas depois do cheiro de cigarro e do fato do travesseio da barata ter sido simplesmente colocado em outro quarto optamos por sair do hotel.
Já alojados em um novo hotel, agora sim mais confortável e quase pelo mesmo preço, tratamos de ir dormir porque já era muito tarde.
Abraços a todos

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Décimo sétimo dia, pouco tempo para tantos passeios

Logo pela manhã, ou pode-se dizer da madrugada a van da empresa de turismo nos iria buscar para irmos ao Geiser del Tatio e as emoções começaram logo cedo. Juntamente com 4 chilenos e o nosso recém amigo Fernando ficamos aguardando a van que não aparecia, apesar de todas as pessoas dos outros hotéis já terem saído, mas surge um farol e uma van identificada como da agência aparece e como vem segue seu caminho. Depois de acharmos que estávamos esquecidos aparece um pequeno ônibus para nos buscar.
O caminho é longo e de muita subida, assim como a agência havia nos informado haveria um pouco de frio e caso desejássemos poderia levar roupa de banho. As informações eram um pouco desencontradas e para alguns não haviam falado da roupa de banho, no nosso caso um pouco de frio era -5 graus. Estavamos com um moletom e uma calça de esporte, assim o frio foi quase de matar durante o passeio dos Geisers.
Depois café da manhã e um banho em uma piscina termal, difícil mesmo foi sair, apesar do dia estar um pouco mais quente. Seguimos para uma visita a comunidade Machuca que conta hoje com 5 habitantes, com algumas paradas para fotos do local.
Chegamos ao meio dia, fomos almoçar, passear pela cidade e resolver algumas coisas rapidamente pois antes das 4 da tarde deríamos estar em outra agência para conhecer a Laguna Ceja, que é mais salgada que o Mar Morto. Passadas as informações de segurança fomos dar um mergulho, que além de impossível é proibido, a pessoa simplesmente não afunda, muito engraçado.
Saindo de lá fomos a outra laguna, essa sim criada pelo homem e com uma água menos salgada, mas muito fria.
Depois um passeio no Salar de Atacama e com direito a um pôr-do-sol com Pisco Souer.
Voltamos para a cidade para mais um passeio e seguimos para o hostal para descansar.
Abraços a todos

Décimo sexto dia, finalmente a meca dos mototuristas

Acordamos não muito cedo e começamos a arrumar as coisas, fomos tomar um café da manhã e conhecemos lá o Rodrigo, um chileno muito gente boa que é casado com uma brasileira e estava acompanhando algumas etapas do Dakar, com a ajuda dele nós e mais outros dois motociclistas em viagem fomos a uma concessionária da Suzuki, nosso interesse era trocar a pastilha traseira que era a vulcanizada em Cusco, mas só havia uma e os nossos amigos estavam numa Strom com a traseira no "ferro", deixamos com ele.
Saimos mais tarde ainda e fomos na contra-mão para a mão do deserto, um destino que todos os motociclistas que passam por Antofagasta vão para tirar uma foto e conosco não poderia ser diferente.
Muitas fotos tiradas e votamos para a direção certa, no sentido de Calama, como os postos não são muito frequentes abastecemos logo no acesso da Panamericana, mesmo sabendo que estávamos a pouco mais de 100 Km.
Depois de abastecer a Strom deu o primeiro sinal de cansaço e precisamos insistir na partida para que a mesma pegar, mas não com dificuldade, simplesmente não dava a partida e sim apenas um estalo. Como ela funcionou optamos por seguir em frente e ver uma possibilidade em Calama, que é um pouco maior.
Chegando em Calama, encostamos em um taxi e perguntamos sobre a Suzuki, o mesmo bastante prestativo pede para que o siga e depois de várias voltas chegamos em uma concessionária de automóveis, uma confusão bastante comum por aqui.
Conversando com uma pessoa que parecia ser o dono, foi nos sugerido que fossemos até Salta, já na Argentina, pois no Chile seria difícil.
Seguimos em direção a São Pedro de Atacama e adentramos a pitoresca cidade logo no começo da tarde, procuramos um lugar para ficar e depois de alguns locais achamos um hostel, mas com quarto do tipo suíte, bem próximo do centro. Logo de imediato já fomos as agências de turismo para ver um ou mais passeios para o dia seguinte.
Jantamos e logo fomos dormir pois descobrimos que a van nos buscaria as 4 da manhã.
Abraços a todos

domingo, 9 de janeiro de 2011

Décimo quinto dia, vamos descer o Chile, mas para onde

Logo cedo a primeira informação do dia era de que não havia postos de Arica até Iquique, a cidade que pretendíamos pernoitar, um trajeto de 310 km sem nada de gasolina. Como a Strom tem bebido demais, creio que em uma velocidade de cruzeiro mais baixa e sem muitas ultrapassagens nós chegaríamos lá, mas a idéia não é correr riscos, então paramos em um posto de rede Copec, que possui os famosos "bidons", sendo que o menor era de 10 litros, para lá de suficiente para rodar tranquilo.
Tudo devidamente amarrado na já lotada Strom e seguimos viagem, logo início o nosso amigo Russo nos encontra na estrada e seguimos próximos, com a diferença que estamos mais devagar para economizar. Durante o próprio trajeto pensamos, já que o Rally vai para Antofagasta, que dista mais quase 500 km de Iquique podemos seguir um pouco mais e foi o que fizemos.
Passamos pela entrada de Iquique na Panamericana e seguimo reto, logo depois havia um posto de gasolina, mas com muita fila, de carros do Dakar, pura emoção e também nosso amigo russo. Abastecemos sem usar nada da nossa reserva e seguimos.
Rodamos mais de 240 km e a moto estava econômica, mas derrepente um dos elasticos solta e o nosso tão bem preso "bidon" se vai com nossa reserva. Rapidamente paramos a moto e corremos para ver, ele havia rachado e a gasolina estava vazando, mais do que rapidamente colocamos o que sobrou no tanque da moto e parte na pintura, jogamos uma água para não manchar e seguimos, agora para ver até onde dava, pois o tanque não estava completo.
Olhando a quilometragem vimos que não seria possível chegar a Antofagasta, olhando pelo GPS a informação de que passaríamos por uma cidade com posto de gasolina, sendo que seria um desvio de 12 km para ir e mais 12 para voltar.
Dito e feito o posto estava lá, abastecemos e seguimos viagem. Depois de mais de 100 km paramos em mais um posto só para completar e seguir viagem sob um vento lateral quase surreal, que formava como se fosse pequenos furacões de areia.
Chegamos em Antofagasta sob um maravilhoso pôr-do-sol e seguimos para a concentração do Dakar, curtimos mais um pouco o visual, mais algumas fotos e fomos procurar por um hotel, de onde estamos escrevendo agora.
Abraços a todos